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Principais complicações da Covid-19 em pacientes internados

POR: - Médico Cardiologista
Atualizado em: 09/09/2021 | Publicado em:

Um estudo organizado pela National Institute for Health Research and the UK Medical Research Council, publicado recentemente na revista científica The Lancet, mostrou que as principais complicações da Covid-19 não se limitam às pessoas nos chamados grupos de risco (com comorbidades e/ou idades avançadas). Os resultados mostraram que quatro em cada dez pacientes, na faixa etária dos 19 aos 49 anos de idade, desenvolveram problemas nos pulmões, coração e rins, entre outros órgãos, durante a internação. E tem mais: as chances de muitos deles necessitarem de um acompanhamento prolongado pós-alta é grande.

Neste artigo, saiba quais têm sido as complicações mais apresentadas entre os pacientes que tiveram Covid-19 grave. Veja, também, como os check-ups podem ajudar um paciente a se cuidar após passar por esse tipo de problema. Boa leitura!

Quais são as principais complicações da Covid-19?

Entre os pacientes com mais de 50 anos, o levantamento registrou complicações da Covid-19 em 51% dos infectados. Já entre os mais jovens, a taxa de pacientes com problemas subsequentes chegou a:

  • 27%, entre os que têm de 19 a 29 anos;
  • 37%, entre os que têm de 30 a 39 anos;
  • 43%, entre os que têm de 39 a 49 anos.

Assim como nos mais velhos, os locais mais acometidos foram:

  • distúrbios nos rins, em primeiro lugar;
  • lesão pulmonar, em segundo;
  • problemas cardíacos, em terceiro.

Segundo o estudo, adultos jovens hospitalizados por causa da Covid-19 têm um risco considerável de sofrer complicações significativas em órgãos vitais. Isso vale tanto para indivíduos com doenças pré-existentes como para os saudáveis. Mesmo após a alta, boa parte deles continuou precisando de ajuda para lidar com as tarefas do dia a dia e até cuidar de si. Isso ocorreu com

  • 13% dos pacientes entre 19 e 29 anos;
  • 17% dos pacientes entre 30 e 39 anos.

O que se sabe a respeito da fadiga severa e contínua?

No período posterior à remissão da Covid-19, o sintoma mais mencionado pelos pacientes que tiveram complicações durante a internação foi a fadiga severa, que pode perdurar. São pessoas que desenvolvem a chamada Covid longa — para a qual o tratamento contínuo é necessário.

Os sintomas surgidos após a alta são mais comuns em pacientes que sobreviveram a quadros severos de Covid-19. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), eles também podem aparecer entre os que manifestaram apenas quadros leves, sem necessidade de internação hospitalar.

Por que um caso grave de Covid-19 pode atacar tantos órgãos?

Ainda baseado na pesquisa britânica, os médicos afirmam não saber, exatamente, como um caso grave de Covid-19 pode desencadear danos aos órgãos mencionados. No entanto, existem fortes indícios de que o próprio sistema imunológico do paciente possa ser o responsável por gerar a resposta inflamatória que atinge os tecidos, até então, saudáveis.

A boa notícia é que, como vacinação é bastante útil, não apenas na redução do contágio, mas também do grau de severidade da Covid-19, o risco de complicações deve ser cada vez menor. Isso porque, percebeu-se que quanto mais graves eram os sintomas dos pacientes que davam entrada nos hospitais, maiores as chances de desenvolverem problemas sérios de saúde. Felizmente, a contrapartida também é válida.

Como deve ser o acompanhamento após ter tido complicações da Covid-19?

Assim como ocorre com outras doenças infecciosas, as complicações nos rins, pulmão e/ou coração também podem evoluir para problemas de longo prazo. Por isso, a adoção de uma postura preventiva e vigilante é uma medida urgente.

Além dos internados, há um grande número de pacientes pós-alta da Covid-19 que precisa ser acompanhado. O objetivo é identificar possíveis complicações respiratórias e não respiratórias.

Caso seja diagnosticada alguma alteração, pode-se dar início ao tratamento o mais breve possível, aumentando as chances de recuperar a saúde e a qualidade de vida. A seguir, confira os exames laboratoriais e de imagem mais solicitados pelos especialistas para que seus achados, somados aos dados clínicos, ajudem a avaliar as reais condições de saúde dos pacientes.

Check-up renal pós-Covid-19

O comprometimento renal está entre as principais complicações da Covid-19, tanto que muitos pacientes internados sob ventilação mecânica também necessitam de diálise. As causas do distúrbio são múltiplas, podendo ser ligada ao dano direto gerado pelo coronavírus nas células dos rins, à inflamação sistêmica, entre outros fatores.

Entre os problemas desenvolvidos, a insuficiência renal aguda é o mais comum. Vale destacar que cerca de metade dos pacientes que tiveram lesão renal durante a internação apresentavam alguma lesão pós-alta.

Alguns exames, como a dosagem de creatinina, ajudam a analisar as condições dos rins. Exames de urina, como a tira reativa e o sedimento urinário, também são necessários.

Check-up pulmonar pós-Covid-19

espirometria e a medida da difusão de monóxido de carbono (DLCO) podem ser utilizadas na abordagem inicial do paciente. Se houver suspeita de doença pulmonar intersticial, realiza-se uma pletismografia corporal (medição mais detalhada dos volumes pulmonares).

Já a prova de função pulmonar é indicada, principalmente, para pacientes que tiveram pneumonia por Covid-19 grave. Ela deve ser realizada três meses após a alta, caso apresente sintomas respiratórios contínuos ou caso as alterações existentes na radiografia de tórax não tenham desaparecido.

Quando o agravamento da Covid-19 tiver leva ao desenvolvimento de quadros de pneumonia, edema pulmonar, síndrome respiratória aguda grave, entre outros distúrbios graves, indica-se a tomografia computadorizada (TC) do tórax. Ela é muito útil no acompanhamento de sequelas da doença.

Check-up cardiológico pós-Covid-19

Dentre as principais complicações da Covid-19, destaca-se a injúria miocárdica, arritmias, miocardite e insuficiência cardíaca. A indicação dos exames para o check-up cardiológico varia conforme as condições de cada paciente. Os mais solicitados são:

  • exames de sangue, para analisar o perfil lipídico (dosagens de colesterol total, HDL, LDL e triglicerídeos) e a glicemia (nível de glicose no sangue);
  • eletrocardiograma, usado para investigar alterações no ritmo cardíaco, frequência dos batimentos e trajeto dos impulsos elétricos dentro do coração, permitindo identificar obstruções do fluxo sanguíneo e até sinais de infarto;
  • teste de esforço ou teste ergométrico, tipo de exame indicado para avaliar como o sistema cardiorrespiratório age em situações de esforço físico, sendo muito importante para o diagnóstico de arritmias, pressão arterial desregulada, sopro no coração, insuficiência cardíaca, isquemia do miocárdio, afecções coronárias, entre outras alterações cardíacas, e indispensável para pacientes sob risco de doenças cardiovasculares;
  • holter 24 horas, indicado para monitorar o paciente de maneira eletrocardiográfica, mas por um período de 24 horas, sendo essencial para a investigação de arritmias cardíacas assintomáticas;
  • angiotomografia cardíaca ou coronariana, tipo de tomografia computadorizada que avalia a presença de cálcio nas artérias coronárias, o que pode obstruir o fluxo sanguíneo, sendo indicada, por exemplo, em casos de falta de ar e desconfortos na região do peito;
  • ecocardiograma com doppler, um tipo de ultrassonografia cardíaca indicada para avaliar o fluxo sanguíneo nas artérias e veias coronarianas, bem como os movimentos musculares e das válvulas cardíacas, além de uma série de problemas anatômicos;
  • monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA), solicitado para observar a pressão sanguínea arterial por 24h, para investigar suspeita de hipertensão e outras doenças cardiovasculares, sendo indicado para pacientes com comorbidades;
  • ressonância magnética cardíaca, indicada quando é preciso visualizar a região cardíaca, permitindo gerar imagens anatômicas e do funcionamento do coração de ângulos diferentes.

Como saber qual especialista procurar?

No momento da alta, o paciente internado que manifestou alguma das principais complicações da Covid-19 recebe um relatório. Ele orienta como proceder em relação à rotina de acompanhamento. As consultas periódicas podem ser feitas tanto com o médico de confiança da família (independentemente da especialidade), como com um pneumologista, cardiologista, nefrologista ou até com um clínico geral.

Mas uma vez que a Covid-19 é uma doença sistêmica, que afeta a saúde de diferentes formas, o time de especialistas requisitados pode ser multidisciplinar. Ou seja, há pacientes que necessitam, ao mesmo tempo, do acompanhamento do cardiologista e do neurologista; outros, por sua vez, precisam tratar doenças psiquiátricas; entre outros casos.

Mas atenção: as sociedades médicas reforçam que mesmo pacientes que não tiveram complicações podem desenvolver diferentes tipos de sequelas, inclusive, assintomáticas. Por isso, é imprescindível procurar um especialista e fazer um check-up após a remissão da Covid-19.

Onde realizar exames diagnósticos em Cacoal?

A essa altura do campeonato, já deu para perceber que a Covid-19 não é uma mera gripe. Ao mesmo tempo, notou-se a importância da precisão nos laudos dos exames como forma de auxiliar no tratamento hospitalar e, quando necessário, no pós-alta.

Portanto, se você, assim como os pacientes do referido estudo, foi internado e manifestou alguma das principais complicações da Covid-19, procure um especialista para realizar um check-up (renal, pulmonar, cardíaco ou outros).

Por fim, caso resida em Cacoal, RO, conte com a infraestrutura de ponta e a competência do corpo clínico do Anga Medicina Diagnóstica. Pois aqui, disponibilizamos um espaço exclusivo para o atendimento de pacientes com Covid-19. Ou seja, estamos prontos para ajudá-lo a superar essa doença de uma vez por todas!

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