O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Apesar disso, ainda é cercado por desinformações e tabus. Muitos homens têm receio de falar sobre o assunto e, por conta disso, acabam negligenciando exames e atrasando o diagnóstico.
A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta para dezenas de milhares de novos casos a cada ano no país, o que solidifica a doença como um grave problema de saúde pública.
Neste artigo, vamos abordar o que é o câncer de próstata, como ele se desenvolve, quais são seus sinais de alerta e, principalmente, como a prevenção pode salvar vidas.
O que é a próstata e qual sua função?
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada abaixo da bexiga e à frente do reto. Sua principal função é produzir o líquido que compõe o sêmen, ajudando a nutrir e transportar os espermatozoides durante a ejaculação.
A uretra, canal que conduz a urina da bexiga para fora do corpo, passa por dentro da próstata, o que explica por que alterações nesta glândula frequentemente causam problemas urinários.
Em homens adultos, a próstata tem, em média, o tamanho de uma noz. Com o passar do tempo, é natural que ela aumente de tamanho, condição conhecida como Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), o que pode causar sintomas urinários. No entanto, alterações mais graves podem indicar a presença de tumores, benignos ou malignos. É fundamental diferenciar a HPB, que é comum e benigna, do câncer.
Como o câncer de próstata se desenvolve?
O câncer de próstata se origina a partir de células glandulares que sofrem mutações genéticas e passam a se multiplicar de forma desordenada, formando um tumor.
Na grande maioria dos casos, esse crescimento é lento, caracterizado por tumores de baixo grau de malignidade que podem levar muitos anos para manifestar sintomas ou causar problemas graves. No entanto, existem formas mais agressivas da doença que evoluem rapidamente, tornando o diagnóstico precoce ainda mais crucial.
Fatores de Risco Determinantes para o Câncer de Próstata
Não se sabe exatamente o que causa o câncer de próstata, mas alguns fatores de risco já foram amplamente identificados:
Idade: O fator de risco mais importante. Homens a partir dos 50 anos têm maior risco, sendo que mais de 75% dos casos ocorrem após essa idade. A idade de rastreamento pode ser antecipada para os 45 anos em casos de alto risco.
Histórico familiar: Ter pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos aumenta significativamente a probabilidade de desenvolver a doença. A presença de um ou mais parentes de primeiro grau eleva o risco em até duas a três vezes.
Raça: Homens negros têm maior incidência e, em média, formas mais agressivas da doença, além de serem diagnosticados em estágios mais avançados. As razões para essa disparidade são complexas e envolvem tanto fatores genéticos quanto sociais e de acesso à saúde.
Estilo de vida: Alimentação rica em gorduras (principalmente carne vermelha e laticínios gordurosos), sedentarismo e obesidade podem contribuir para o risco.
Sinais de Alerta: Quando Procurar um Médico?
Nos estágios iniciais, a grande maioria dos cânceres de próstata é assintomática. É por isso que o rastreamento em homens sem sintomas é tão vital. Quando há o avanço da doença, no entanto, podem surgir sinais, muitos dos quais são semelhantes aos da HPB:
. Dificuldade para urinar (esforço para iniciar ou manter o fluxo);
. Jato de urina fraco ou interrompido;
. Vontade de urinar com frequência, especialmente à noite;
. Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;
. Sangue na urina ou no sêmen (sinais que exigem atenção imediata).
. Dor óssea (em casos mais avançados, indicando metástase, principalmente na coluna, quadris ou costelas);
. Insuficiência renal (em casos muito avançados, por obstrução do fluxo urinário).
É crucial reforçar: a ausência de sintomas não deve ser motivo para negligenciar os exames preventivos. A detecção precoce é a principal aliada no controle da doença, quando as chances de cura chegam a ser superiores a 90%.
Diagnóstico: Os Pilares do Rastreamento do Câncer de Próstata
O rastreamento do câncer de próstata, recomendado a partir dos 50 anos (ou 45 para grupos de risco), é feito com base em uma combinação de exames:
Exame de sangue PSA (Antígeno Prostático Específico)
O PSA é uma proteína produzida pelas células da próstata. O exame de sangue mede a quantidade dessa substância circulante. Valores elevados podem indicar alterações, mas não confirmam o câncer isoladamente, pois o PSA também se eleva em casos de HPB, prostatite (inflamação) ou após ejaculação e manipulação da próstata.
O urologista deve analisar o valor do PSA em conjunto com a velocidade de aumento ao longo do tempo (cinética do PSA) e a idade do paciente.
Toque Retal
Muitos homens sentem receio ou preconceito em relação ao toque retal, o que é uma barreira cultural que precisa ser superada. O exame leva alguns segundos, é praticamente indolor e essencial.
Isso porque permite ao médico urologista avaliar o tamanho, forma, consistência e, principalmente, a presença de nódulos ou áreas endurecidas na próstata. O toque retal é indispensável porque cerca de 20% dos tumores mais agressivos podem não elevar o PSA, sendo detectados apenas pelo exame físico.
Exames de Imagem
Se houver suspeitas após a avaliação do PSA e do toque retal, outros procedimentos podem ser solicitados para refinar o diagnóstico:
Ultrassonografia Transretal: Ajuda a medir o volume da próstata e a guiar o procedimento de biópsia.
Ressonância Magnética Multiparamétrica: Considerada um grande avanço, permite avaliar o risco de malignidade das lesões e guiar de forma mais precisa a biópsia (biópsia por fusão).
Biópsia Prostática: É o único exame capaz de confirmar a presença de células cancerosas, por meio da retirada de fragmentos da próstata para análise laboratorial (escore de Gleason).
A decisão sobre realizar ou não os exames deve ser determinado pelo médico responsável, levando em conta a idade, histórico familiar e fatores de risco.
Por que a prevenção é tão importante?
A principal razão para se prevenir é simples: o diagnóstico precoce salva vidas. Quando o câncer de próstata é detectado nos estágios iniciais e ainda está confinado à glândula (doença localizada), as chances de cura ou controle são mais positivas, e os tratamentos são podem proporcionar menos sequelas.
Em estágios avançados, o objetivo do tratamento passa a ser o controle da doença e a melhoria da qualidade de vida, com taxas de sobrevivência significativamente menores.
Além do rastreamento, a prevenção também envolve hábitos de vida saudáveis que impactam a saúde geral e prostática:
. Praticar atividades físicas regularmente;
. Manter uma alimentação equilibrada, com foco em frutas, vegetais e grãos integrais, e reduzindo o consumo de carnes vermelhas e processadas;
. Evitar o consumo excessivo de álcool e não fumar.
Tratamentos Disponíveis para o Câncer de Próstata
O tratamento do câncer de próstata é altamente personalizado e depende de fatores como o estágio da doença, o grau de agressividade do tumor (escore de Gleason), a idade e as condições de saúde do paciente, e suas preferências. As opções incluem:
Vigilância ativa: indicada para tumores de muito baixo risco, pequenos e localizados, em que o tratamento imediato poderia trazer mais malefícios (efeitos colaterais) do que benefícios. O tumor é monitorado ativamente por exames de PSA, toque e biópsias periódicas. O tratamento só é iniciado se houver sinais de progressão.
Cirurgia: é a remoção total da glândula prostática e das vesículas seminais. É o tratamento mais comum para tumores localizados. Pode ser realizada por via aberta, laparoscópica ou, mais modernamente, com auxílio de robô (cirurgia robótica), que oferece menor tempo de internação e recuperação.
Radioterapia: uso de radiação de alta energia para destruir as células cancerosas. Pode ser externa (feixes de radiação direcionados) ou interna (braquiterapia, com implante de sementes radioativas na próstata).
Hormonioterapia: bloqueia ou reduz a produção de hormônios masculinos (androgênios), que estimulam o crescimento do câncer de próstata. Usada para tumores mais avançados ou em combinação com a radioterapia.
Quimioterapia: geralmente reservada para casos de doença metastática, quando o câncer se espalhou para outras partes do corpo, e não responde mais à hormonioterapia.
A definição do melhor tratamento deve ser uma decisão em que o profissional avalia os riscos e benefícios de cada opção, especialmente em relação a possíveis efeitos colaterais como disfunção erétil e incontinência urinária.
Conhecimento, prevenção e cuidado: um olhar para a saúde do homem
A próstata pode ser pequena em tamanho, mas sua importância para a saúde masculina é imensa. Cuidar dela é um ato de autocuidado e responsabilidade com a própria saúde.
Quando diagnosticado precocemente, o câncer de próstata apresenta altas chances de controle clínico, e isso depende da iniciativa do paciente em realizar seus exames.
Na Anga Medicina Diagnóstica, oferecemos suporte para essa jornada, com exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética, além de exames laboratoriais fundamentais para o rastreio e acompanhamento.
Para mais informações, entre em contato.
Anga Medicina Diagnóstica – Compromisso com a qualidade no cuidado e atenção individualizada no diagnóstico.
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Dr. Leonilto José de Assis – CRM 1076-RO





